Ao retornar da Pedra da Bacia, seguimos para o local do acampamento no alto da serra da Bocaina. Ao entardecer o sol de inverno refletia uma luz especial nos campos ao redor.
Notamos um animal saindo da mata para o campo aberto, caminhando lentamente. Era o solitário lobo-guará.
Estava atento e curioso, olhando para todos os lados. Suas grandes orelhas se movimentavam captando sons que nós não podíamos ouvir.
Aparentava uns 20 kg de peso, cerca de 50 cm de comprimento e 90 cm de altura. Seu tamanho impressionava com aquelas pernas finas e longas.

Animal esguio. A pelagem era densa, o corpo parecia vermelho-alaranjado com crina e patas pretas. A parte inferior da mandíbula e ponta da cauda eram brancas.
Como ele come alimento de origem animal e vegetal, parecia forragear algum petisco no campo aberto.
Acho que veio conferir quem eram os invasores de seu território. Ele ficou perambulando e nos observando o tempo todo.
Ficou em silencio. Não fez nenhum tipo de latido e nem marcação de cheiro.
O lobo em geral tem sua fama de mal, carrega suas lendas e superstições em vários lugares que habita, mas esta espécie não é perigosa.
O lobo-guará não é um animal em risco de extinção, porém está vulnerável ou em perigo devido à redução de áreas de vegetação nativa.
No Brasil o lobo-guará é protegido da caça e aparece como animal símbolo na preservação do Cerrado.
O lobo camarada se afastou. Ficou sentado na sombra das árvores e depois sumiu dentro da mata.