Após um longo dia de caminhada, montamos acampamento ao entardecer. Era sabido que teríamos em destaque a Lua Cheia no céu daquele final de semana.
Ela chegou durante o preparo do rancho. Timidamente saiu detrás das árvores na crista da serra. Pura admiração pela sua grandeza inundando o céu noturno.
Como sempre, a mesma face iluminada. Desta vez plenamente iluminada. Deixou o acampamento e arredores bem claro, nem foi preciso usar lanterna.

A noite ficou estonteante. Momento de contemplação e pensativo.
Desde tempos imemoriais a Lua Cheia desperta paixões e inspiração no Homo Sapiens. Foi deusa na antiguidade e continua influente no ciclo da natureza, na fertilidade dos seres vivos e no movimento e ritmo das marés. A Lua Cheia é união entre Yin e Yang, sinônimo de abundancia e natureza básica das emoções e sentimentos.
Após horas sob o luar, era como refletir luz própria. Estava pleno de energia. Era a existência humana em sintonia com o cosmos e a natureza.

No final da madrugada me levantei. Para meu espanto me chamou atenção um ponto expressivamente iluminado no céu noturno.

Estava bem alto, à Leste. Era Vênus o planeta mais brilhante no céu visível. Ele ficou por lá até antes do amanhecer.

Por toda noite a Lua Cheia correu o céu e foi cair do outro lado atrás das colinas. Vênus foi desaparecendo com o amanhecer.

Enfim, o Sol começou a despontar num facho de luz radiante. Era o princípio de um novo e brilhante amanhecer.
