Um arroio brota na mata e desce em correntes que se avolumam. No percurso, encontra outros regatos que se unem pela sua natureza. Quando se vê, já são conhecidos como riachos e rios.
Estes nascedouros se multiplicam graças a mata densa e maciços rochosos que se elevam do interior em direção ao mar. Por conta disso, suas águas despencam em quedas abruptas formando cachoeiras.
Um banho nas águas destas serras é como um elixir. O corpo todo vai ser ativado, da circulação a respiração. Vai expulsar aqueles “roedores” que povoam a mente e dar aquela sacudida no espírito.
Entre um caminhar e outro, estive absorto ao passar horas espreitando estas águas da Bocaina.
Nas águas turbulentas, as corredeiras passam tão rápidas que nem percebemos o tempo; E aos desatentos, vão se enroscando pelo caminho.
Nas águas mansas, os remansos parecem água paradas que escondem o tempo e guardam a pureza das águas claras que limpam mentes nubladas.
Enfim, ser água é ser ilimitado, não temer as quedas, estar atento aos obstáculos, fluir para não estagnar e buscar a calmaria nos momentos turbulentos.
E pensar que estas águas são apenas a infinitésima parte de um todo que chamamos oceano.
Pingback: Nas Nuvens | Adamu Trekking