Serra do Gomeral

O Gomeral está encravado na Serra da Mantiqueira, entre os municípios de Guaratinguetá e Campos do Jordão, cercado por montanhas, muitos mirantes e cachoeiras. São aproximadamente 30 km até o bairro do Gomeral, tanto do centro de Campos de Jordão quanto do centro de Guaratinguetá.

Essa aventura foi percorrida fazendo a travessia de Campos do Jordão até Guaratinguetá, passando ao lado do Parque Estadual até o Alto do Horto de Campos de Jordão, a cerca de 1.900 metros de altitude. A partir desse passo, a descida é constante até chegar no Gomeral.

O Encanto

Começa com a visão dos vales profundos que escondem densas florestas, em área de proteção ambiental de mata atlântica com inúmeros cursos d’água, piscinas naturais e cachoeiras. Do alto, as montanhas escarpadas se projetam. Na linha do horizonte, o rio Paraíba do Sul está escondido, enquanto que Guaratinguetá e Aparecida conseguimos avistar. E mais ao fundo, a Serra do Mar.

No Passado

Os Puris viviam entre a Serra da Mantiqueira e Serra do Mar até meados do século XVII, e a partir do século XVIII com a chegada dos primeiros agricultores e passagem dos tropeiros entre Minas Gerais e Paraty. Assim, o Gomeral passou a ser um local de pouso para os tropeiros, assim como escambo de produtos dos agricultores com os artigos dos tropeiros.

No Presente

Uma combinação de turismo ecológico, de aventura (cachoeira da Onça, vale Encantado, pedra Grande, pedra do Macaco e mountain bike), rural (cavalgadas), religioso (festa de São Lázaro, santo Frei Galvão e caminho da fé até o santuário de Nossa Senhora Aparecida) e gastronômico (comida caipira e Festival da Truta), aliado a uma comunidade hospitaleira com pousadas, restaurantes e guias turísticos.

Por outro lado, se busca tranquilidade, consulte antes de ir como fica o local em feriados pontes, festas e festivais. Em geral, ao longo do ano todo, o Gomeral é passagem de muitos romeiros, peregrinos, romaria a cavalo, grupo de jipes, motociclistas e até tratores, além dos outros turistas e ciclistas.

Outro Encanto

A cada dia, a sombra da serra esconde nas reentrâncias dos vales profundos os segredos da natureza que só podem ser descobertos pelos mais aventureiros, em comunhão com a luz que se projeta nas escarpas das montanhas mais íngremes, mostrando que no Gomeral, não importa se a visão é do abismo ou do horizonte, porque caminhar é preciso.

Roteiro: Gomeral – Guaratinguetá – SP.

Mountain Festival – São Bento do Sapucaí

O Mountain Festival, 19 a 21 de maio de 2023, foi um encontro de todas as tribos da montanha, em São Bento do Sapucaí, que é um point de escalada e esportes de montanha, tendo o Complexo da Pedra do Baú como um dos principais atrativos.

O festival reuniu os apaixonados pela natureza e doidos por esportes de aventura, como trilheiros, montanhistas, escaladores, ciclistas, corredores e aventureiros, como também, turistas, comunidade da cidade e região Sul de Minas e Vale do Paraíba.

Um evento para os praticantes de hiking, trekking, climbing, boulder, slackline, mountain bike, paraglider, alta montanha e ciclo viagem, com atenção as práticas seguras, respeito a natureza e as populações locais.

Uma feira para inspirar os iniciantes nos esportes de montanha, através de oficinas, atividades esportivas e de lazer, expositores, gastronomia e música.

Os destaques no Mountain Festival 2023, foram:

Palestras de André Braga, Andreza Texeira, Cibelle Magalhães, Edemilson Padilha, Ernesto Stock, Guilherme Cavallari, Homero Ferreira, Karina Oliani, Leandro Montoya, Marina Dias, Maximo Kausch, Reinaldo Opice, Renata Leite, Roman Romancini e Vivian Telles.

Exposição da artista visual, professora de artes e escaladora Lea Moraes, numa homenagem aos montanhistas que fazem da montanha seu estilo e modo de vida. Na edição passada retratou a si própria escalando, numa pintura realizada em uma das noites do festival.

Campismo por Marcos Pivani, site e aplicativo de celular MaCamp, um guia com mais de 4.000 campings e pontos de apoio a RV’s pelo Brasil. O portal fomenta o campismo no Brasil, com informações de equipamentos, acessórios, dicas e avaliações.

Imagens: Lea Moraes e MaCamp. 

Local: São Bento do Sapucaí – SP.

O Cantagalo

São duas narrativas sobre a origem do nome do bairro rural Cantagalo (de Ouro) em São Bento do Sapucaí.

A que mais gosto conta a história que os primeiros moradores escutavam toda noite o canto de um galo. Então um jovem decidiu seguir este canto e chegou em uma queda d’água. Ele ficou tão maravilhado, pois o galo reluzia feito ouro aos pés da cachoeira, e quando se aproximou o galo desapareceu e nunca mais foi visto.

O Cantagalo se consolidou como um povoado a partir da construção da Igreja Santa Maria e do interesse de produtores rurais pelas terras. O bairro está 18 km distante do centrinho de São Bento do Sapucaí – São Paulo.   

Localizado na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, com altitude de 1.150 m. No alto da serra a 1.600 m, na Pedra da Onça avista-se as montanhas esverdeadas do Sul de Minas, o município de Paraisópolis e o Pico dos Dias onde se encontra o Laboratório Nacional de Astronomia.  

No Cantagalo mora a simplicidade. Um povo de boa prosa e bem receptivo, que logo percebemos, quando na estrada de terra, os homens a cavalo acenavam com as mãos para cada um que passasse por eles. No entorno do bairro, observamos as estradas de terra que chegam até as terras agrícolas, pastagens, matas nativa e trilhas.

Além do turismo rural, o bairro faz parte do roteiro do Caminho da Fé até Aparecida, onde os peregrinos percorrem a pé ou de bike, podendo pernoitar em hospedarias ou pousadas que servem refeições e apoio ao caminhante. Além disso, tem os roteiros de cicloturismo e trilhas.

Quanto as trilhas temos os circuitos de caminhadas até a Pedra da Onça e Pedra do Cruzeiro.

Local: São Bento do Sapucaí / SP.  

Trilha Ribeirão do Itu

De Boiçucanga pela estrada do Cascalho são 3 km até as cachoeiras no Ribeirão do Itu, em área de Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo São Sebastião. O acesso é gratuito, com trilhas autoguiadas, sinalizadas e conservadas. O nível de dificuldade das trilhas é de fácil a moderado.

Cachoeira da Hidromassagem

Trilha fácil distante 900 m até a primeira queda d´água. Tem poço natural de tamanho médio e hidromassagens formadas pelas duchas das cascatas.

Cachoeira da Pedra Lisa

Seguir a trilha na bifurcação a direita em mais 100 m de caminhada. Na piscina natural a correnteza é forte por efeito da queda d’água de 30 m de altura.

Cachoeira do Samambaiaçu

Trilha em subida íngreme, distante 1.200 m. A dificuldade da trilha é atenuada pelas escadas e corrimões de madeira. Forma uma grande piscina natural cristalina com 20 m de queda.

Cachoeira Toca da Serpente

Acima do Samambaiaçu, a trilha não está sinalizada e nem conservada, e a subida é íngreme em alguns minutos de caminhada. Na cachoeira o poço tem acesso restrito.

A partir desse ponto a trilha continua como Travessia Salesópolis-Boiçucanga, feita no sentido contrário, descendo a Serra do Mar, numa caminhada em mata atlântica, onde a logística de entrada e saída da trilha é essencial. Essa aventura vamos contar em um próximo post.

Atenção!

Com as pedras escorregadias, corredeiras e poços profundos e com pedras, avalie antes ao pular em água desconhecida. Veja o clima local por conta das chuvas, trombas d´água e inundações. Não caminhe fora da trilha. A mata Atlântica é habitat de animais peçonhentos, então esteja vigilante ao caminhar e atento no local de parada.

Lembre-se, você está em área de proteção ambiental. Não deixe lixo. Leve mochila com água, lanche, repelente, protetor solar e máquina fotográfica. Usar bastão de caminhada ajuda no desnível da trilha. Sempre tenha em mãos material de primeiros socorros.

Se proteja dos perigos da mata, vestindo calça, camiseta, calçado antiderrapante e boné. Leve toalha e roupa de banho.

Todo cuidado e esforço na trilha e nas cachoeiras é compensado pela exuberante mata, cachoeiras fantásticas e piscinas naturais de água cristalina.

São 4 km e 3 horas indo direto até a Toca da Serpente e na volta fazendo a trilha até as outras cachoeiras.

Deixar o carro no “Estacionamento do Cícero” tem bom custo-benefício, segurança e próximo ao início da trilha. Quanto a pernoitar em Boiçucanga, uma boa opção é a “Pousada Trilha da Brava Boiçucanga“, ao lado do início da trilha praia Brava de Boiçucanga, post a ser publicado em breve.

Local: Boiçucanga – Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo São Sebastião.

Cachoeira da Fragária – Itamonte

Após trilhas na Pedra do Picu e Pico da Boa Vista, fechamos com a cachoeira da Fragária. Ela faz parte da famosa Volta dos 80, mas pode ser acessada a partir de Itamonte até Campo Redondo, em 31 km de estrada de terra.

Da estrada, avistamos uma exuberante queda d’água de 100 m de altura. Como não basta ver de longe, descemos o morro. Entramos numa  cavidade ao lado de uma casa, em direção a borda da mata. Daí seguimos pela direita até iniciar uma nova descida ao riacho da cachoeira.

Em dia de sol sua parede e poço principal ficam iluminados pela manhã. A tarde a cachoeira estará na sombra. Outra dica, a trilha na matinha é estreita, íngreme e usa cordas instaladas em dois pontos na descida.

As margens do riacho, o espaço é limitado, sem contar que as pedras estão sempre molhadas e lisas. Todo cuidado ao entrar nos dois poços da cachoeira.

Á primeira vista, do alto, parece tão pequenina. Se agiganta quando estamos defronte dela. Um arco-íris se projeta no poço principal. Ao olhar para cima, impressionante como o salto provoca uma forte ventania e spray d’água.

Além da vista panorâmica da cachoeira da Fragária também se avista o Pico do Peão, que faz parte do circuito Pico da Boa Vista. Em altitude, a cachoeira da Fragária está a 1.350 m e o Pico do Peão a 2.150 m.

Local: Itamonte / MG

Toque-Toque – São Sebastião

Toque-Toque em tupi-guarani significa “ilha”. Ou seja, o nome da praia diz respeito à ilha em frente à praia.

Então, em São Sebastião, qual o nome da ilha em frente a praia de Toque-Toque Pequeno e Toque-Toque Grande?

Na praia de Toque-Toque Pequeno, olhando para o lado esquerdo, vemos a ilha do Aparas, bem pequena. E mar adentro avistamos ao lado a ilha Montão de Trigo.

A praia de Toque-Toque Pequeno é uma baía cercada pela serra do mar e mata atlântica, de areia grossa, dourada e mar calmo.

Nesta praia é comum avistar canoas caiçaras trazendo o pescado. Praia boa para a prática do caiaque havaiano e prancha stand up paddle.

Dessa vez estava tudo virado e agitado, devido a ressaca que chegou no feriado da Páscoa.

No verão o pôr do sol é sobre o mar. Agora no outono o pôr do sol estava, entre muitas nuvens, do lado direito da praia, caindo sobre a encosta.

Não fomos na praia de Toque-Toque Grande, mas sabemos que do lado esquerdo da praia temos a vista da ilha de Toque-Toque, considerada ótima para snorkel e pesca esportiva.

Ao amanhecer, no Toque-Toque Pequeno, a lua cheia preguiçosamente se escondeu detrás das nuvens no horizonte.

Local: São Sebastião / SP

Pedra Grande – Atibaia

O Monumento Natural (MoNa) Estadual da Pedra Grande engloba os municípios de Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Nazaré Paulista e Mairiporã; e faz parte do Parque Estadual Itapetinga.

Além da beleza cênica, a preservação é relevante quanto a biodiversidade, recursos hídricos e do corredor Cantareira-Mantiqueira. No local, avista-se facilmente bromélias, orquídeas, musgos e o amarílis. 

O maciço da Pedra Grande tem 1.418 m de altitude e surgiu há mais de 600 milhões de anos. Está localizado na Serra do Itapetinga. O maciço é também conhecido como Pedra Grande de Atibaia.

A trilha para subida e descida são cerca de 3,5 horas, sem contar o tempo no topo da pedra. As trilhas são Minha Deusa, da Mangueira e dos Monges, a partir da entrada pelo Condomínio Arco-Íris em Atibaia.

Além das trilhas, o local permite a prática de mountain bike, voo livre, paraglider, rapel e escalada. Não é permitido acampar e nem fazer fogueira.

Um espetáculo a parte é assistir o pôr do sol no final do dia.

Outro acesso é pela Rodovia D. Pedro I, a partir do km 65 em direção a Bom Jesus dos Perdões, e depois mais 10 km de estrada de terra até o topo da pedra.

Local: Atibaia / SP

Lagoa Dourada – Parque Estadual de Vila Velha

Denominada Lagoa Dourada visto que em certas horas do dia, devido ao reflexo do sol, sua superfície reflete uma cor dourada. A lagoa Dourada é uma furna assoreada por sedimentos da evolução do terreno na região dos campos Gerais, Ponta Grossa estado do Paraná.

A datação de restos vegetais em 12 metros de espessura de sedimentos, no fundo da lagoa, indicou 11.700 anos. Considerando que a profundidade de outras furnas atinge 50 metros de sedimentos, então é possível que a lagoa seja muito mais antiga.

A lâmina d’água da lagoa chega a 5,5 metros de profundidade, ela tem formato elíptico variando entre 160 a 200 metros e está conectada ao rio Guabiroba através de um canal tortuoso de 220 metros de extensão.

Na face norte da lagoa ocorrem fluxos de água subterrânea cristalina, deixando no fundo sedimentos arenosos. Forma um aquário natural para refúgio e reprodução dos peixes da lagoa ou aqueles vindos do rio Guabiroba.

Na face sul da lagoa, devido o desnível de 1,5 metros entre o rio e a lagoa, e durante as cheias do rio, ocorre um fluxo invertido de lama para dentro do canal até a lagoa. Então este sedimento argiloso vai decantando e assoreando a lagoa.

Furna: designação de antro ou cova de grande tamanho, normalmente de origem natural, localizada no interior de uma rocha ou dentro da terra; cova, fossa ou gruta.

Local: Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa / PR

Os Irmãos Cortez – Monumento Natural Pedra do Baú

Uma verdadeira obra esculpida pela natureza. A bela formação rochosa encravada no alto da serra da Mantiqueira ressalta um granito imponente. Merece destaque a estória de seus desbravadores.

Já passados 80 anos do grande feito de Antônio e João Teixeira de Souza, conhecidos como os irmãos Cortez, ao atingir o topo da pedra em 12 de agosto de 1940.

Pela face Sul os irmãos desbravaram o paredão de 340 metros de altura, subindo pelas fissuras, entre vegetação e rocha nua. Alcançaram o topo com ajuda de troncos de árvores e muita coragem. Um feito inédito para o montanhismo brasileiro.

Logo que o empresário Luiz Drumond Villares foi levado ao topo pelos irmãos Cortez, ele ficou tão encantado com a beleza que financiou a construção das vias ferrata e um refúgio de montanha.

Então, em 1943 os primeiros grampos de ferro e escada de pedra foram instalados na face Sul (lado de Campos do Jordão), facilitando o acesso de outras pessoas.

Depois um refúgio de montanha foi construído e entregue em 1947. Foram quase dois anos de obra devido à dificuldade ao transportar os materiais até o topo.

Infelizmente o refúgio sofreu vandalismo ao longo dos anos e na década de 80 havia apenas a chaminé da lareira. Atualmente sobraram apenas os alicerces.

Na foto acima, a Pedra do Bauzinho (aparece uma pontinha a esquerda), a Pedra do Baú (ao centro) e a Pedra Ana Chata (a direita). Em 2010, o Complexo da Pedra do Baú foi constituído em Monumento Natural Pedra do Baú.

Local: Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí / SP

Pedras Pé-de-Moleque – Paraty

Andar nas pedras Pé-de-Moleque é voltar no tempo de antigamente, do Brasil Colônia, é caminhar sobre pedras irregulares no Centro Histórico de Paraty.

Como Paraty foi planejada por militares portugueses, os casarões e sobrados foram construídos acima do nível da maré alta para evitar inundações e as ruas em formato de canal para facilitar o escoamento da água do mar.

O casario colonial é bem preservado, com paredes de adobe, pintadas em branco, portas e janelas em moldura de madeira ou pedra, pintadas em cores fortes, faixadas com desenhos geométricos em relevo e beirais largos que relembram as construções portuguesas.

Caminhar no Centro Histórico de Paraty é se encantar por um conjunto arquitetônico histórico, sua cultura e natureza preservada.

Nota: Paraty e Ilha Grande foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 5 de julho de 2019.

Local: Paraty / RJ